Abro a mão e vejo
o mundo como nunca o vi,
todo ele na palma da minha mão,
sinto-me poderoso como nunca o fui,
posso traçar o destino
de quem eu quiser,
e no entanto baixo os olhos e choro,
porque sei que não passa de uma ilusão,
porque sou eu que estou contido
na palma do destino que nos guia,
sou eu o observado, nunca o observador,
não guardo rebanhos,
muito menos os guio,
deambulo sozinho na chuva que cai,
vejo os salpicos na estrada que me guia,
olho a cara das pessoas,
vejo olhos brilhantes sem vida,
colados no chão,
hipnotizados, como eu
pelo destino traçado,
de um fado do qual não podem fugir,
andamos pelas linhas cruzadas
da palma da nossa própria mão,
por vezes tentamos saltar fora,
sermos quem não fomos destinados a ser,
e assim somos especiais,
porque quando não somos quem deviamos ser,
somos mais fortes que a força que nos liga
a esta mera realidade,
da qual tu e eu somos feitos,
como é bom poder sonhar,
e ver o sol nascer ao teu lado,
ver o reflexo do sol nos teus olhos,
e encandear-me com o teu olhar,
como é bom chorar,
se este choro for de alegria,
como é bom amar, se este amar for magia,
e a paixão incontrolável,
que derruba muros e fronteiras,
faz o nosso coração saltar,
fecho a mão e cerro o punho,
parto decidido para mais um dia que se aproxima,
não sucumbirei ao destino,
partirei mais um dia amando,
porque amando existe sempre mais um amanhã,
mesmo guiado sei que posso fugir,
basta querer, fechar os olhos e sonhar,
e estou num mundo além,
contigo, que apesar de longe, estás perto,
sinto-me com força agora,
porque o mundo é redondo,
não tem fim,
depois desta palma da mão existe sempre outra,
uma outra palma que nos apara a queda,
nem que para isso fechemos os olhos,
e renasçamos, novamente,
abrindo o coração, amando.
Poesia do Silencio De dentro do ser mais interior que reside na minha alma, produto do subconsciente que habita em mim. O meu pensamento o meu ser.
20050923
Silenciosamente por kristho
Silenciosamente por kristho
à(s) 20:42 |
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