Poesia do Silencio

Teus olhos são espelhos de tu’alma,
Tua trémula boca profere
Palavras que são lei,
Tua mão eleva a razão,
Teu corpo impera em meu coração,

Enquanto dormes o mundo é noite,
Quando te levantas contigo vem o crepúsculo,
Quando sorris as searas agradecem,
Todo o calor que irradias
Dá ao mundo muitas alegrias,

Enquanto caminhas o mundo gira
Sob teus pés, porque tu és deusa,
E deusa serás para todo o sempre,
De todas as deusas tu és Lira
E no mundo a sua melodia,

Todo o teu ser é sinfonia,
Um perfeito “Allegro” tocado em “piano”
Que sobrepõe o sentimento à razão,
Por fora é lindo,
Por dentro é perfeito

Quando refletes todo o mundo pára,
Quando gritas todo ele estremece,
Quando sofres todo ele chora,
Todas as nuvens se juntam
E mostram a ínfima parte do teu sofrimento

Teu caminhar é sagrado
Sob teus pés nascem grinaldas,
Onde tocas nascem rosas,
Sobre ti o mais limpido arco-íris,
A teu lado o mais escultural deus

És Vénus, e eu sou profano
Porque entro no teu retiro sagrado,
Fui por fado designado
Para ser teu servo e aio,
E esse deus a teu lado, meu amo,

Nunca tocas no chão,
Tudo em ti é divinal,
És a mais pura estrela no manto celeste,
És o livro do mistério,
Teu coração um labirinto de morte.