20070104
Silenciosamente por kristho

beijei-te, beijaste-me,
abraçamo-nos, e trocámos caricias,
gentilmente perdi-me no teu pescoço,
e beijei, demorei-me,
porque senti que sorrias,
afastei lentamente a camisola que trazias,
e descobri os ombros que te sustentam os braços,
e fiquei a olhar, deslumbrado,
como se fossem os primeiro ombros que via,
passei a mão gentilmente
pela pele que te cobre o corpo,
retribuiste e, lentamente,
tiraste a camisola que trazia,
abracei-te, porque senti frio,
e vergonha pelo corpo que tenho,
pûs as minhas mãos por dentro da tua camisola,
e senti as tuas costas,
segui a linha da coluna,
disseste que tinha as mãos frias,
calaste-te, sorriste,
fiquei a rodear os teus ombros,
e a beijar-te o pescoço,
e o inicio do teu peito,
e com os cotovelos puxei a tua camisola para cima,
desprovi-te de qualquer guarida,
abracei-te com mais força,
desta vez para sentir o calor que faziamos juntos,
e não mais tive frio,
obriguei as minhas mãos
a conhecer cada poro das tuas costas,
e aprendi o toque do teu corpo no meu,
passei as minhas unhas perguiçosamente
pelos teus braços
e vi-te arrepiar, sorri,
deitámo-nos, numa nuvem, ou numa cama,
beijei-te a boca, o pescoço,
o peito, mordi-te os mamilos,
e não achas-te tanta piada,
ri-me, porque suspeitava a reacção,
passei a minha lingua pela tua barriga,
fiz-te cócegas, não evitaste rir,
desabotoei lentamente as calças
que te protegiam e mordi-te a coxa,
puxas-te para cima e beijaste-me,
e sem dar conta ficaste em cima de mim,
tiraste botão a botão as minhas calças,
e eu não conseguia respirar,
tiraste todo que me cobria,
e, envergonhado, fiquei despido,
de roupa e consciência,
apoderou-se de mim
um sentimento irracional de te querer amar,
levantei as costas da cama,
e caiste para trás,
ficaste a olhar para mim,
e eu para ti,
mas penso que só por um momento,
despi-te do que te faltava despir,
ficámos assim, pela primeira vez,
frente a frente,
dois amantes, dois amados,
perdidos de amor, meiamente envergonhados,
fizemos amor, sentimos o calor,
sentimos a transpiração a correr-nos as costas,
iluminados pelos raios de sol que entravam
timidamente pelas brechas da janela mal fechada,
olhei-te nos olhos, olhaste-me nos meus,
e senti como é fazer amor,
quando se ama realmente,
e enquanto faziamos amor,
demorei-me a memorizar cada traço
do corpo que te transporta,
cada linha, cada curva,
cada imperfeição que te torna perfeita,
parámos, mas cá dentro continuamos a fazer amor,
com os olhos, com os beijos que trocámos,
abracei-te, e acariciei-te,
no peito, nas costas e mais,
perdi-me, revirei os olhos e pensei
ter sido possuido por um ser superior,
puxei-te para cima de mim,
e amámo-nos mais uma vez, perdidos,
na loucura de um amor, de uma paixão,
se tivesse de morrer que fosse ali,
contigo ao meu lado,
enquanto faziamos amor,
senti o real poder de ser feliz,
ficamos cansados e despidos,
lado a lado, a partilhar um mesmo sentimento,
imaginando quando voltaria a ser o nosso momento...


0 Desabafos: