Poesia do Silencio

Anjo, porque assim o és,
queria poder voar para esse imenso céu onde vives,
longe de mim,
e estar para sempre junto a ti,
Queria também poder ser anjo,
queria poder ter asas,
queria poder ser quem não sou para que te podesses apaixonar por mim,
para me amares.

Queria poder viver nesse teu império onde tu comandas,
onde eu não passo de uma mera brisa de ar que passou por teu rosto...
queria poder ter sido ventania ou furacão,
ter marcado indelevelmente a tua vida,
queria que não te esquecesses de mim nunca mais.

Sinto-me como uma folha que cai de uma àrvore,
desamparada,
com o destino traçado.
Queria que fosses a criança que vem a correr,
salvar-me desse destino certo e que brincasses comigo,
me soprasses e agarrasses,
e risses comigo,
que mesmo que por efemeros momentos te fizesse sorrir,
te fizesse esqueçer que existe um mundo para além daquele relvado
onde te sentas e brincas com as folhas que caem,
queria enfim que te sentisses amada,
amada por mim.

Vem correr comigo,
vem mudar o meu destino certo,
vem-me dar a vida
que eu dar-te-ei amor