Poesia do Silencio

Cada dia que passa
sinto mais frio no meu corpo,
no meu coração reina a solidão,
estou sentado a um canto
e vejo o mundo todo a girar,
as pessoas que vivem e sorriem,

não tenho forças para me levantar
desde que partiste
o meu coração parou,
sinto-me vazio, oco,
dizem-me para continuar a viver,
mas não consigo,

não tenho estabilidade,
por vezes sinto-me até louco,
perdido do resto do mundo,
não consigo pensar,
ou escrever palavras de amor,
o amor que sinto por ti,

as mesmas palavras que te conquistaram,
que te fizeram sorrir,
sinto-me perdido, um estorvo,
e continuo a procurar-te,
e sei que te incomodo, e invado,
mas inconscientemente persisto,

persisto, porque tenho medo de te perder,
tenho medo de acreditar
que já não me amas,
porque no fundo sei que não é verdade,
no fundo sei que tens medo,
falta-te a coragem, como já a mim me faltou?

lembras-te? Do tempo das dúvidas...
ou posso estar totalmente errado,
amo-te e estou apaixonado por ti,
incontrolavelmente,
como se te tivesse visto ontem
pela primeira vez,

queria ter força, e saber o que fazer
ter uma varinha de condão
que te fizesse ver
o quanto eu estou disposto a recomeçar,
sei que as dúvidas te assolam,
a mim também,

mas não sei porque o meu coração
diz-me para continuar a assumir este risco,
e lutar, lutar porque acredito no nosso amor,
no amor que criámos ao longo dos anos,
e acredito que agora queiras estar só,
respeito isso, mas não imaginas a falta que me fazes,

não imaginas a estabilidade que me dás,
o amor que me transmites,
quando estou contigo consigo sorrir
e não pensar que estamos afastados,
lutei por ti uma vez
e estou disposto a lutar outra e outra,

no fundo sei, sei o que sinto
como não imaginava saber,
tenho forças em mim que não conhecia,
e que não me abandonaram,
e me fazem esperar
até ao fim dos meus dias,

sei o quanto te amo,
e sei o quanto te magoo quando o digo,
mas também sei que morro se ficar calado,
porque sem ti a minha vida
não faz sentido,
fazes-me falta.

Amo-te.