20070125
Silenciosamente por kristho

Aperto o coração,
dou-lhe corda,
porque o sinto parar,
não tenho vontade
de exprimir mais um suspiro,
nem sequer de respirar,
sou como um barco que ser perde,
à deriva no mar,
vejo aquilo em que me tornei,
sem te ter ao meu lado,
sou eu, mas falta-me um bocado,
so um quarto minguante,
numa fria noite de inverno,
uma alma que ser perdeu,
e caiu direita neste inferno,
não tenho vontade de abrir os olhos,
nas manhãs em que consigo acordar,
não tenho vontade para mais nada,
se ao menos pudesse amar,
sentir de novo o calor,
o sangue a fervilhar,
e então tomaria rumo,
de perdido na imensidão deste oceano,
levantaria velas,
rumaria a porto seguro,
e como me latejam os olhos
de assim pensar,
e choro, enquanto aperto o coração,
e sem querer o asfixio,
em vez de o salvar,
estou aqui, no cimo da falésia,
sem esperança nenhuma,
anseando a salvação,
quero sair daqui,
e ser feliz para outro lugar,
estende-me a mão,
não fales, sorri apenas,
não penses, vem-me salvar.

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