20050614
Silenciosamente por kristho

Como me seguras com o teu olhar,
como se eu fosse a pessoa mais frágil deste mundo,
como fico mudo a olhar para ti,
até à eternidade do meu ser,
como não me canso,
porque a cada segundo que passa sinto o meu coração a acelerar
é bom sentir o teu toque,
como se me segurasses como ao mais frágil cristal,

abraçar-me a ti é como ser enrolado
por uma macia onda de mar salgado,
e ser transportado a um universo subaquático
que me deixa sem respiração,
e sem respirar fico quieto,
olhando os teus olhos que me hipnotizam,
e vejo estrelas, do fundo do mar,
ao infinito do universo,

sou um barco à deriva,
sem mastro, sem ancora para aportar,
à procura da salvação no teu cantar,
esse canto de sereia, que não me canso de procurar,
como és diferente nesse mar que é teu,
esse teu mundo paralelo que eu queria alcançar,
como te queria pescar com a minha linha de pesca mágica,
trazer-te para bordo para me encontrar,

corro atrás de ti,
como os gatos atrás das borboletas,
e saltam, e ficam estarrecidos a olhar,
com a beleza das cores, o bater das asas,
a sinfonia do movimento,
aleatório direi, mas tão objectivo,
como danças borboleta sem te cansar,
e sem querer me fazes apaixonar,

por vezes pareces uma abelha rainha,
com o teu espaço, o teu reino para defender,
e no entanto és a mais inocente borboleta
que paira, divagante, neste ar que me preenche,
fazes parecer o mundo alegre, diferente,
mas voas longe e distante, mais alto que as nuvens,
iluminas-me como o sol, tens o teu próprio calor,
fazes o mundo girar, mesmo quando, como agora, estás ausente.

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