Poesia do Silencio

perco-me, por entre milhares de palavras que ficaram por dizer,
e fico calado, consumido pelo medo de não teres ouvido o bater do meu coração,
de não teres percebido que eu queria que aquele momento
se propaga-se no tempo, para lá do infinito,
como eu queria permanecer abraçado a ti,
junto a ti, beijando o teu cabelo,
sentindo o calor do teu pescoço,
vendo-te sorrir de olhos fechados,
enganaste se pensas que me esqueci,
que tudo o que fiz foi involuntário,

quase chorei, quando me aprecebi
que o destino te tinha trazido novamente
para junto de mim,
nem imaginas o sol que nasceu em mim
quando vi novamente o teu sorriso,
não imaginas o quanto acelerou o meu coração
quando quiseste ir ao meu lado,
como todo o meu sangue fluiu mais rapido
quanto senti a tua mão enliada na minha,
perdi-me naquele momento,
como me perco agora enquanto escrevo e penso em ti,

penso em ti, como tenho pensado em ti,
a cada dia que passa,
como vejo o teu sorriso
como se de o meu dia se tratasse,
como poderia eu estar frágil
quando tinha a felicidade ao meu lado?
como te deixei fugir sem te dizer algo?
alguma coisa que te fizesse perceber
que não foi só um momento,
que foi involuntario,

ah como eu queria ter força e liberdade
para acordar e ir junto a ti
pegar na tua mão,
levar-te e mostrar-te um mundo inteiro por descobrir,
como queria fazer-te sentir tudo de todas as maneiras,
por o sol onde agora está lua,
por um sorriso, onde está a saudade,
descontracção, onde agora só sinto apreensão,
como eu queria, como eu queria,
ser, nascer, viver mais um dia
como foi aquele contigo,
ao meu lado.