Corres, sem parar,
por entre uma infinita seara de trigo,
e a cada passo que dás
a seara separa-se para te deixar passar,
e passas sem deixar uma única marca,
mas sem deixar ninguém indiferente,
corres como que voando,
o reflexo dourado em tua face
torna-te ainda mais celestial,
a tua camisola voando ao sabor do vento
parece as asas do anjo que és,
e eu fico parado, no sitio onde não me encontro
no meio dos meus pensamentos
a ver-te passar,
caminhando para onde eu nunca te vou acompanhar,
e vejo-te sorrir, um sorriso que eu não criei,
nem na minha imaginação nem nos meus pensamentos,
porque é perfeito, porque é inimaginável,
como queria ter as forças para te acompanhar
nessa tua veloz e furiosa corrida pela vida,
no meio das espigas de trigo
que se bamboleam ao sabor de um vento obscuro,
como eu queria que me acolhesses em teus braços
e me fizesses voar contigo
quem me dera encontrar-me nessa falésia onde estás,
com a mesma vontade que tu,
de mãos dadas contigo,
olhando para o vazio lá em baixo,
onde as ondas arrebatam a terra, e a espuma branca
anseia por alcançar-nos,
ja vejo as nuvens a juntarem-se para assistirem ao nosso fim,
pobres incredulas,
nao acreditam que a perdição do salto
é a própria criação da vida,
porque ao sermos consumidos pelo mar alucinante
que se revolta sob os nossos pés
renascemos unos,
num novo mundo, numa nova vida,
onde deixas de correr à minha frente,
e te sentas ao meu lado,
contemplando o mundo,
a seara infinita que se estende à nossa frente,
uma infinidade de caminhos a seguir,
um mundo inteiro a construir,
um mundo nosso.
Poesia do Silencio De dentro do ser mais interior que reside na minha alma, produto do subconsciente que habita em mim. O meu pensamento o meu ser.
20050417
Silenciosamente por kristho
Silenciosamente por kristho
à(s) 22:34 |
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