E ao passar de um novo dia subimos o monte, e lá de cima vimos o belo pôr-do-sol, sentados naquela brisa de Verão, lembramos os tempos passados e as belas noites de lua cheia, quando nos libertávamos de todos os preconceitos, e deixávamos nossos corpos fluir um no outro, e nos apaixonávamos perdidamente. E ali ficámos retidos, embasbacados com aquele sol, quase luar, e tudo começou a ficar negro, uma estrela, e depois outra, e a lua rompeu das trevas e veio iluminar os nossos corações.
Deixámo-nos ficar e a olhar, criando entre nós raizes, laços de algo eterno que se chama amar, mas chamar amar é uma coisa tão comum, é um sentimento que tornaram banal, mais do que amar nós somos unos, como a noite e o dia, somos complementos indissociáveis de uma fonte vital, a vida.
E ficámos ali sentados, querendo nunca mais dali partir, e olhamo-nos, e sorrimos, e aquele monte tornara-se a nossa vida, e a nossa vida tornara-se o monte, o sol nosso conselheiro, a lua nossa almofada, as estrelas nosso cobertor.
Tomámos chá com a alvorada, falamos com o vento, somos a natureza e em gestos mágicos tornamos palavras em força, forças da natureza, fazemos da alegria calor, da tristeza chuva, da ira tempestade, do carinho estio, a separação é furacão, somos duas flores-de-lótus que bailam ao vento no Oriente, saboreando a calma e o passar do tempo, fazendo inveja ao comum dos mortais. Neste templo da vida somos monges sem deus, que acreditam mutuamente, que confiam e vivem a paz, que rezam juntos e se amam, somos irmão, pai, mãe, confidente, amante, amado, somos parte de um quebra cabeças, somos parte de uma vivência, somos parte de nós próprios.
Poesia do Silencio De dentro do ser mais interior que reside na minha alma, produto do subconsciente que habita em mim. O meu pensamento o meu ser.
20031114
Silenciosamente por kristho
Silenciosamente por kristho
à(s) 08:55 |
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