20050411
Silenciosamente por kristho

Deixaste-me respirar o mesmo ar que tu,
deixaste-me misturar num mundo que não é meu,
misturei-me em ti,
como o sal que se mistura na àgua,
e agora queres-te evaporar?
deixar-me novamente sal,
um pequeno grão num imenso mundo,
perdido numa imensidão que já não conheço
porque fiz do meu mundo a tua àgua,
e pensava que te tinha salgado,
que te tinha mudado a textura ou o sabor do mundo
e agora vejo, ou penso, que apenas me misturaste,
sem nunca me deixares fazer parte de ti
nao te entregaste, não ouve troca iónica,
nem electrónica, uma especie de campo magnético,
sem dipolo permanente,
veio um electrão que julgaste mais
electronegativo, e achaste-te com mais afinidade,
duvidaste da nossa ligação covalente,
pedes tempo, e pões-me ao sol,
e eu rezo para a tua água que me envolve não evapore,
não me deixe só no parapeito da vida,
sem sentido
sem nada.

1 Desabafos:

Anónimo disse...

Já me tinhas mostrado este mas não posso deixar de voltar a dizer que é o máximo! A mistura da poesia com termos científicos pelos vistos resulta de uma forma excelente. E é giro a forma como representas a menina, mas olha que elas nem sempres são td na vida, se bem que água é vida :P